Secretaria da Educação debate papel e desafios da Universidade Aberta do Brasil (UAB) com professor da UFRJ

O papel da Universidade Aberta do Brasil (UAB): história e desafios” foi o tema da live que a Secretaria da Educação do Estado da Bahia promoveu, nesta quinta-feira (1º), por meio da Coordenação Executiva de Programas e Projetos Estratégicos da Educação (CEPEE). A atividade on-line teve como palestrante convidado o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Bielchowsky, e contou com as participações do secretário da Educação do Estado, Jerônimo Rodrigues; do coordenador de Programas e Projetos Estratégicos da SEC, Marcius Gomes; e do reitor da Universidade Estadual da Bahia (UNEB), José Bites de Carvalho, sob a mediação da diretora de Políticas para a Educação Superior da SEC, Ivanilda Cardoso.

>> Assista a live no link: https://bit.ly/34k6IrV

Ao falar da história e dos atuais desafios da UAB, o professor Carlos Bielchowsky destacou o cenário geral do Ensino Superior no Brasil. Conforme dados do último Censo da Educação Superior no Brasil, ressaltou, o país passou de cerca de menos de três milhões de matrículas, em 1999, para quase nove milhões em 2018. “Temos duas distorções complicadas nesse processo. A primeira é que esse crescimento vem mantendo um percentual muito alto no ensino privado e estamos diante de uma precarização do Ensino Superior privado. A segunda distorção é o percentual de alunos no ensino público – 20% –, comparado com o do ensino privado no país. E só mantivemos este percentual no setor público por conta de uma série de programas que foi criada, incluindo a UAB. Não é normal no mundo termos mais estudantes no setor. Até nos EUA, somente 1/3 do Ensino Superior é feito pelo setor privado. Na Europa, por exemplo, é quase nula a participação do setor privado no Ensino Superior. O setor público é que traz a força, o poder vinculado à pesquisa e ao interesse pessoal da construção do conhecimento e é este o modelo que temos no mundo. É dentro dessa perspectiva que, em 2007, foi criada a Universidade Aberta do Brasil”, relatou.

Ainda segundo o professor Carlos, foi dentro da perspectiva de um país mais justo, que pensa no desenvolvimento de sua população, que se criou um conjunto grande de programas.  “Tivemos um grande investimento no setor no Ensino Superior público, com a criação de 12 universidades públicas, a expansão dos institutos federais de Educação, com 159 novos campi. Portanto, a criação da UAB não foi um programa isolado, foi um programa de um governo que pensava o país em seus diferentes aspectos: da creche à pós-graduação. E, de fato, tivemos um crescimento forte no setor da Educação Superior público até 2015. E foi neste contexto que foi criada a UAB, dentro de um sistema de escuta e de regime de colaboração entre estados e municípios, com a visão na democratização do Ensino Superior, proporcionando autonomia às universidades, com sistema de financiamento estruturado no MEC (Ministério da Educação). Tínhamos uma meta principal, que estava coordenada com o plano de desenvolvimento da Educação voltado à formação de professores”, detalhou.

O secretário Jerônimo Rodrigues ressaltou a contribuição do professor Carlos Bielchowsky, no lugar de pensador, de executor e de uma pessoa dedicada no tema da Educação à Distância, destacando a importância das parcerias com as prefeituras e secretarias municipais de Educação, com as universidades, com as unidades escolares. “A geografia de gestão, juntando prefeituras, Estado, União e universidades, é o que a gente trata como regime de colaboração e, por entender que na divisão das tarefas, por conta do peso e dos custos, o município não tem a responsabilidade da fatia maior da Educação Superior, a Universidade Aberta torna leve esse fardo. Mas sofremos um baque, pois ao invés de ampliar a chegada do Ensino Superior, tivemos encurtamento de recursos, redução de investimento. A pandemia está nos mostrando o quanto devemos a nós mesmo uma agenda de currículo para nos preparar para o uso da tecnologia. Estamos vendo o desafio das universidades que estão anunciando educação remota tendo que formar seus professores. Então, precisamos rediscutir a formação inicial para que essas ferramentas sejam disponibilizadas com o nosso conhecimento e possam dialogar com o desenvolvimento daquele município”.

A importância da Universidade Aberta do Brasil como política de acesso ao Ensino Superior, presente em 23 polos na Bahia, com mais de 11 mil estudantes, também foi realçada pelo coordenador de Programas e Projetos Estratégicos da SEC, Marcius Gomes. “A UAB tem um papel fundamental na formação de professores e o IAT vem conduzindo também como uma agenda prioritária do Estado. Sabemos, hoje, os desafios que estão postos e que são possíveis de serem enfrentados, justamente porque existe um programa pavimentado, dentro da política de interiorização da Educação Superior. A Bahia tem, atualmente, 12 instituições de Ensino Superior e, mais do que nunca, temos o anseio de avançar esta política, que envolve parcerias e formação de professores em diversas áreas do conhecimento”.

O reitor da Universidade Estadual da Bahia, José Bites, falou sobre as perspectivas de consolidação da Educação à Distância, citando a UNEB como exemplo. “A UNEB sempre esteve presente nos programas envolvendo a Educação à Distância, modalidade que temos tido um crescimento substancial e entendemos que, mesmo após a pandemia, ela será um grande instrumento de formação e de inclusão. A Educação à Distância é um caminho sem volta e a UNEB está consolidando os seus cursos, tanto próprios como os financiados pela UAB. Estamos, também, trabalhando para implementar o mestrado à distância, voltado à formação inicial e continuada de professores. Esta discussão sobre Educação à Distância e regime de colaboração, este puxado pela Secretaria da Educação, é fundamental”.

Sobre a Universidade Aberta do Brasil – A Universidade Aberta do Brasil (UAB) é uma política de expansão e interiorização para democratizar o acesso à Educação Superior, fortalecer a Educação Básica e promover a formação de professores, gestores e outros profissionais da Educação. Os cursos, ofertados em diferentes áreas nos Polos UAB, contam com a experiência acadêmica das universidades do Estado da Bahia (UESB, UNEB, UESC e UEFS), das Federais (IFBA, UFRB, UFBA e UNIVAFSF) e de outros estados (UFPI, UFRPE e IFAL). A Bahia conta com 23 Polos de Apoio Presencial da UAB, vinculados à Secretaria da Educação do Estado, com 11 mil estudantes, presentes em 21 dos 27 Territórios de Identidade, com atuação nos municípios de Alagoinhas, Conceição do Coité, Euclides da Cunha, Feira de Santana, Ipiaú, Itaberaba, Itapetinga, Pintadas, Salvador, Teixeira de Freitas, Ilhéus, Itabuna, Seabra Paulo Afonso, Vitória da Conquista, Campo Alegre de Lourdes, Juazeiro, Barreiras, Serrinha, Santa Maria da Vitória, Salvador e Macaúbas.

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