A Secretaria da Educação do Estado (SEC) promoveu, na quarta-feira (8), a live “Deu match na Ciência: experiências científicas da rede pública”. O encontro virtual foi realizado dentro do projeto EducAção ComVIDA: arte, cultura, esporte, saúde, ciência e educação ambiental e saúde na escola, que visa estabelecer um diálogo semanal com a rede de Educação do Estado, envolvendo professores, estudantes, família e demais profissionais da área.
No diálogo entre as participantes – as professoras orientadoras Rafaela Lima e Ana Paula Rocha e as estudantes pesquisadoras Luciele Santos, Tainá Pires e Julya Pires, sob a mediação da professora Tereza Fidelis –, agradeceram pelo incentivo à pesquisa que o Ciência na Escola, projeto de fomentação à Educação Científica na Educação Básica, desenvolvido pela SEC, promove na rede estadual de ensino.
A professora de Química, Rafaela Lima, do Colégio Estadual do Campo Herminio Manoel de Jesus, no povoado de Bonfim, em Valença, ressaltou a importância do processo de pesquisa na aprendizagem e do papel transformador da Ciência em uma realidade. “O fazer pesquisa na Educação Básica é uma realidade em toda a rede estadual e me orgulho muito do fato de termos, na Bahia, uma grande produção científica dentro do ambiente escolar”. A partir da criação do Clube de Iniciação Científica na unidade escolar, contou, foi desenvolvido o projeto “Entre gotas e sabores”, que surgiu “a partir de um olhar transformador para aquela realidade em que aqueles estudantes estão inseridos” e levou a diversas feiras de Ciências.
Uma das integrantes do projeto, a estudante Luciele Santos, 20, 3º ano, relatou que ela e os colegas desenvolveram, com o projeto “Entre gotas e sabores”, copos biodegradáveis para uso como suporte na plantação de sementes. Para fazer o produto, utilizaram como base a casca do aipim e o coração da banana. “Provamos que podemos transformar uma matéria-prima natural que iria ser jogada fora em plástico biodegradável. Enfrentamos muitas dificuldades, inclusive com a descrença de muita gente na nossa comunidade sobre o resultado da nossa pesquisa. Mas não desistimos, persistimos e conseguimos mostrar que podemos reutilizar, ser sustentáveis”. A estudante disse, ainda que, com o projeto, ela e os colegas aprenderam a reutilizar a água do ar-condicionado da escola para uso na horta escolar, por meio de sistema com canos de PVC.
Representando o Colégio Estadual João Vilas Boas, no município de Livramento de Nossa Senhora, as estudantes Tainá Pires e Julya Pires, ambas de 16 anos, 3º ano, falaram sobre a sua experiência com o projeto “Lima da pérsia como solução alternativa e natural para desinfecção da água”, com o qual ganharam três prêmios na 18ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE). “Quando a gente desenvolve uma pesquisa, nosso objetivo é buscar uma solução para um problema de uma comunidade. Descobrimos a lima da pérsia como uma solução alternativa que pode ser usada em comunidades carentes e sem acesso à água tratada, por conta de seu potencial antibacteriano”, explicou Tainá Pires.
A professora orientadora de Tainá e Julya, Ana Paula Rocha, enfatizou sobre a experiência de fazer ciência na escola. “Desenvolvemos outros projetos, mas este foi destaque, ganhou prêmios, e as protagonistas são elas. Nosso objetivo é estimular os nossos estudantes para que, cada vez mais, participem de projetos de iniciação científica. Torcemos para que o Ciência na Escola incentive sempre, mais e mais, a pesquisa na Educação Básica”.
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